sexta-feira, 29 de julho de 2011

LEILA DINIZ



Ser Leila Diniz na época em que viveu era caminhar nua diante de uma sociedade conservadora, manipulada e governada por uma burguesia repressiva, composta nas casernas. Leila Diniz falava do amor livre, da mulher que não tinha medo de sentir prazer sexual, muito menos de ter uma vida íntima com quem lhe inspirasse desejo. Falava palavrões como um homem, mostrando-se caçadora como eles, mas sem nunca perder a sensualidade ou a doçura que lhe era peculiar. Era vista pela direita como promíscua, muitas vezes chamada de prostituta pelos mais conservadores; e, estigmatizada como alienada e alienante pela esquerda. Leila Diniz representou o grito da mulher diante de um mundo machista e de voz histórica masculina. Contestou os costumes, atirou-se sem pudores ao amor e à liberdade de amar; foi a primeira mulher a aparecer grávida a trajar biquíni pelas praias cariocas, escandalizando e lançando moda. Não precisou de um grande papel para brilhar como estrela; foi essencialmente os seus impulsos, o seu jeito espontaneamente visceral de ser, foi mulher sem medo de sê-lo. Sua personalidade superou o seu meio e a sua profissão. Não teve tempo ou não quis buscar o seu grande papel no cinema, na televisão ou no teatro, vivendo-o brilhantemente na vida, ser mulher foi a sua maior representação.
Leila Diniz morreu precocemente aos 27 anos, em 1972, em um trágico acidente aéreo que comoveu o Brasil. Uma vez morta, eternizou-se no cenário nacional, deixou de ser a mulher para transformar-se no mito, deixou de ser vista como promíscua para ser exaltada como pioneira da liberação feminina no Brasil. Leila Diniz, o mito, é tão fascinante quanto foi a mulher, e quase quatro décadas depois da sua morte, continua presente no imaginário deste país, nas raízes da existência feminina e na sua luta para ser apenas mulher, sem as amarras de preconceitos e costumes seculares. Leila Diniz vive!
(por Jeocaz Lee- Meddi)
A minha homenagem a Leila Diniz perseguida e acossada pelos preconceitos morais ela que não teve tempo de viver o seu melhor papel...ela mesma!!!
Algumas de suas frases polemicas:

“Todos os cafajestes que conheci na vida são uns anjos de pessoas.”

“Eu posso dar para todo mundo, mas não dou para qualquer um.”

“Eu trepo de manhã, de tarde e de noite.”

“Só quero que o amor seja simples, honesto, sem tabus e fantasias que as pessoas lhe dão.”

“Viver intensamente é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente.”

“No fundo, eu sou uma mulher meiga, adoro amar, não quero brigar nunca, e queria mesmo é fazer amor sem parar.”


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